Por José Joacir dos Santos, Jornalista e Psicoterapeuta
A falta de leitura, a deficiência na educação fundamental e o intelectual baixo da população são sentidos até nos cursos de Reiki. Muita gente não acompanha o conteúdo dos cursos. A dependência de telefone e de internete parece contribuir para a dificuldade de raciocínio não-linear. O povo está cada vez mais longe da leitura de livros ou de qualquer outra fonte original de informação, conhecimento e crescimento. Agarra-se aos telefones e aos conteúdos inúteis da internet. O analfabetismo cultural interessa a muita gente, dentro e fora do país. Em alguns dos países que vivi, havia censura nos jornais, rádio e televisão e meus amigos mais próximos se queixavam muito, achando que a censura era responsável pela ignorância do povo. Hoje em dia, o Brasil é um dos países que mais possui rádios, estações de televisão, revistas e editoras – livres para publicar o que desejar – mas a população tem dificuldade de se instruir e não faz muito esforço. Culpa o governo de tudo, como se o governo tivesse que administrar a vida dos cidadãos. As editoras preferem copiar livros estrangeiros que publicar os autores nacionais. Nada contra os escritores estrangeiros mas você entenderá do que estou falando quando for a qualquer livraria e abrir tais livros para checar a qualidade e o conteúdo que nada acrescenta a ninguém. Há quem queira a volta ditadores e militares no poder. E, pasme: muitas daquelas pessoas são jovens! O mau exemplo de deputados, senadores e líderes religiosos envolvidos com propinas e outras atos ilícitos parece impulsionar o lado escuro da força no país e muitos compatriotas cada vez mais fazem coisas ilegais, falsas, passam a mão quente na cabeça de ladrões, mafiosos, traficantes e religiosos.
Na internet, a língua brasileira tem mais sites e conteúdos que a língua de muitos países da Europa, África, Ásia e Américas. Depois da democratização do Brasil, com rádios, jornais e estações de televisão por todo canto, o povo continua com dificuldade de tirar os pés do chão, isto é, de se informar. O espaço intelectual dos meios de comunicação foi ocupado pelo conteúdo de religiões de interesse financeiro e o Congresso Nacional continua concedendo licença a aqueles grupos como o do ex-presidente da Câmara, que queria patentear a palavra Jesus.
O país talvez seja hoje o que mais dedica espaço televisivo e de rádio para religiões com fins lucrativos, sem a menor possibilidade de espalhar conhecimento algum. Elas vendem Jesus. O jornalismo empobreceu-se. Há muita gente interessada que o povo não evolua para poder continuar a manipular as massas e se manter no poder. E o povo brasileiro tem certa dificuldade de aprender com a própria experiência. Felizmente, muitas pessoas furam os bloqueios sociais e chegam aos cursos de Reiki em todo o país. Que esse fluxo cresça, mas a proporção dos que jamais chegarão é muito alta. E a população necessita de uma terapia como Reiki para se livrar de muitas mazelas pessoais e coletivas. Se depender dos atuais sindicados, desde que o dinheiro esteja entrando em seus cofres, nada mudará.
Daqueles que chegam aos cursos há os que estão ali mas têm dificuldade de assimilar o conteúdo ensinado. Muitos acreditam que só em estar no curso a vida vai melhorar. Sim, é uma possibilidade. Mas, quando chega ao ponto crucial que é a prática, senão a energia não promove as mudanças internas, as queixas e as desculpas são muitas. Em março passado, uma aluna perguntou-me se ela poderia comprar um cristal para programá-lo mentalmente com as práticas de Reiki. Ela queria programá-lo e deixá-lo em seu quarto. Isto é, para ela não ter o trabalho de colocar suas mãos no próprio corpo e se autoaplicar a energia de Reiki — cujo toque com as próprias mãos no corpo é um pré-requisito e em si é uma terapia utilizada no mundo inteiro. Até linhagens e identidades são falsificadas todos os dias. A corrupção está também no meio da população, que reclama mas pratica quando tem oportunidade.
Essa preguiça intelectual parece ser responsável por pessoas que buscam cursos e iniciações de Reiki à distância, falsificados. São capazes de comprar, sem cerimônia, certificados falsos de Reiki pela internete. Há mestres famosos que incentivam essas práticas… Elas também são responsáveis pela disseminação das máfias que vendem certificados falsos, com iniciações falsas, na internet. Depois, quando adoecem, buscam o caminho verdadeiro que são os cursos e iniciações presenciais, com mestres credenciados. As vezes essa decisão é tardia. Elas já estão cheias de obsessores contraídos pelas forças obscuras que regem aqueles que fabricam e vendem certificados falsos de Reiki. E há muitos sites oferecendo cursos falsos de Reiki. Qualquer tipo de falsificação é crime, por lei.
Com a admissão da Terapia Reiki pelo Ministério da Saúde, há chances de que as máfias dos certificados e das “iniciações” à distância sejam eliminadas porque quem compra um pacote desses terá pouquíssima chance de o legalizar. É certo que há sindicatos em São Paulo que não fazem a menor checagem da documentação enviada por candidatos a filiação. Como eles são sindicatos genéricos, que vivem do dinheiro, pouco importa para eles se os papéis são verdadeiros ou falsos. Por não ter compromisso com a Terapia Reiki, eles não sabem a diferença entre ter uma iniciação verdadeira, presencial, e uma falsa, à distância. Eles também não entendem de magia negra e não sabem que tal ignorância só contribui para o aumento dos grupos que mexem com papéis ilegais, cursos nunca ministrados, conteúdo copiado da internet, etc. Alguns artigos meus foram copiados e publicados, sem jamais mencionar o autor.
Quem faz um curso de Reiki à distância, deixa-se “iniciar” à distância, não só jamais será reikiano como estará colocando em si mesmo o “link” para o que não é sagrado nem iluminado. Também aqueles que pensam que vão atuar no Sistema Único de Saúde não sabem que para isso terão que ser filiado, credenciado e verificado por uma associação da classe de Terapia Reiki.
Ninguém consegue enganar ao universo sagrado. Engana-se a si mesmo e compra Karma negativo para muitas vidas futuras.