Por José Joacir dos Santos, Mestre Reiki
A pandemia do Covid-19 ajudou a enxergar um Brasil que todos nós pensávamos que não existia mais: o da ignorância, da indisciplina, da negação e do ódio organizado em redes de fake news criminal. Antes da pandemia, todos nós pensávamos que os inúmeros projetos sociais de analfabetismo e escolaridade, construídos ao longo dos últimos dez anos, eram suficientes e estavam funcionando para o progresso do país: não, estávamos enganados. O povo pensa mais na barriga!
O vírus trouxe à tona a necessidade do uso da máscara física e provou que a máscara moral, emocional e mental do nosso povo é dura, rígida, conservadora, mesclada de ignorância e violenta em todos os seus aspectos. Uma década de reconstrução foi insuficiente. Agora sabemos que o país não é aquela fantasia que as escolas de samba teimam em mostrar a cada carnaval. Aliás, o carnaval de 2020 foi o maior disseminador do vírus em todo o país. Houve que avisasse, mas o povo prefere morrer contaminado a ficar em casa e perder o carnaval parece ser pior que a morte. Quem não viu as filas imensas, no meio da pandemia, para receber 600 reais?
Este artigo pretendia ser de otimismo, mas com a atual taxa de mortes, beirando os 30 mil, como podemos levantar a bandeira de otimismo? Continuar afirmando que é só uma gripezinha, como o fez o presidente da República, eleito por maioria de votos em 2018?
No campo da terapia, vemos os desesperados vendendo cursos de Reiki e iniciação à distância, negando os princípios fundamentais da terapia, onde o protocolo da iniciação requer um ritual presencial. E eles tem a coragem de se expor na internet questionando, querendo saber por que a energia pode ser transmitida a distância e a iniciação tem que ser presencial. São agressivos, cobertos de achados como aqueles que defendem a cloroquina como remédio para o vírus, esquecendo ou negando que ela mata de ataque cardíaco e não é recomendada pelas autoridades de saúde para uso contra o Covid-19. O mais triste é ver mestres antes renomados e agora desesperados incitando alunos a se juntar à máfia dos cursos online.
A pandemia vai se estender e o desespero das pessoas vai aumentar, não com as mortes, mas, sim, na medida em que o dinheiro começar a ficar parco. Quem não ver os ricos, proprietários de lojas, loucos que o povo volte, nem que se contamine no caminho? Este artigo está sendo escrito em 30 de maio de 2020 e em dezembro terá que ser atualizado, quem sabe, para que lado da equação. Infelizmente o povo brasileiro provou que só recua para a lucidez quando a morte bate na porta e leva um ente querido. Nem isso, vai para as ruas e briga para o comércio abrir, sem saber que esse estado de demência coletiva é meio caminho andado para a morte pelo vírus. Quando olhamos para os países vizinhos vemos claramente quem é quem e quem se perde seguindo os maus exemplos do Brasil neste assunto.
A história vai julgar os governantes, quer eles queiram ou não. Não precisamos nos preocupar e por mais que eles tentem abafar a imprensa e o legislativo, a história humana não perdoa. Mas, o povo terá grande parcela na culpa pela morte de tantas pessoas, por não conseguir se controlar, como crianças que precisam correr nos pátios. Eles serão julgados por terem, equivocadamente, taxado a pandemia de uma gripezinha e não ter ajudado às autoridades de saúde a dominar um monstro invisível e letal. Quem não viu um ministro da saúde, médico, brigando para manter a ordem e a ciência?
Autoridades criaram projetos supostamente para combater o vírus, acreditando que a população brasileira, inclusive índios, tivessem acesso a computadores, celulares, internet e carro para se vacinar dentro deles, nas portas dos hospitais e postos de saúde. Eles ainda não sabem que o grande continente que é o Brasil não é constituído de palácios equipados, vigiados, de mármore branco. Muita gente vive em condições terríveis, longe de qualquer conforto e tecnologias. Com todos os programas de alfabetização existentes, ainda há muitos brasileiros que sequer têm registro de nascimento… E eles queriam que as pessoas seguissem seus avisos na tv para buscar informação, formulários e benefícios nos celulares, sabendo que muitos celulares não tem capacidade de baixar formulários.
A história cármica de cada um também vai julgar aqueles que cruzarem a fronteira da ignorância para tentar manipular a terapia Reiki, que o próprio universo já a criou de forma que não seria, jamais, manipulada. Deixemos que a boiada caminhe, por seus próprios pés, para o abatedouro e rezemos por suas almas eternas. Usar o nome de mestre sem ter maestria, mesmo tendo atendido a um curso de formação, é um carma a mais. Cada um é responsável por si mesmo, pelos próprios atos e convicções distorcidas. Não adianta se esconder na internet. Muito pelo contrário, a exposição é inevitável.
A Terapia Reiki vai sobreviver a tudo. Quem não sabe? As futuras gerações vão nos agradecer, como sendo seus antepassados. E, quem sabe, nós sejamos beneficiados nas próximas encarnações por ter sido firmes e fiéis aos princípios básicos da Terapia Reiki, como ensinou o Mestre Usui. Naquela crise do terremoto que devastou Tóquio, em sua época, o mestre foi para a rua com seus discípulos e aplicaram Reiki presencialmente porque a situação não era pandêmica. As fake News, dizem, por conveniência, que ele agiu à distância. Essa gente não conhece a cultura japonesa… Mas a mentira tem sempre perna curta. Na proteção de nossas casas, usemos a técnica de transmissão da energia para essa pandemia, que veio para nos ensinar em muitos assuntos, inclusive que há más formações e mestres despreparados.
O dinheiro pode ficar magro em nossas contas, mas a dignidade e a honra de mestre será cada mais fortalecida se seguirmos um dos cinco princípios do Reiki: seja honesto, trabalhe honestamente. 30/05/2020